quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bomba! Aos orientadores e jovens médicos pesquisadores

Este trecho foi traduzido por mim e adaptado do original "Teaching and Learning Moments, HIPAA or Hippocrates on the Phone?"
É uma situação de rica reflexão! Uma bomba!

"Eu estou um pouco ansioso por ser a primeira vez em que faço contato com uma jovem mãe para obter informações de seguimento sobre seu filho, em uma pesquisa comunitária sobre asma. (...)

Tento verificar o número do telefone e saber se ainda é o mesmo e se eles ainda moram no mesmo local.

Após algumas tentativas, subitamente o telefone é atendido pela mãe. Imediatamente, eu sigo o protocolo da pesquisa e pergunto sobre a asma de seu filho.

Após obter todos os dados, e para quebrar o tom monótono de suas respostas, tendo mostrar que tudo está bem e digo:

- “Obrigada, com toda sinceridade, nós gostamos muito de seu filho e agradecemos sua participação na pesquisa”.

Eu estava prestes a terminar a ligação quando ela diz:

- “Sinto muito em informá-lo, mas o meu filho morreu”.

Estatelado, permaneço em silêncio. Chocado com que ela disse, permaneço congelado, em estado de inércia, totalmente impossibilitado de continuar.

Meus professores e orientadores de pesquisa não me prepararam para lidar com a situação de uma mãe que perdeu seu filho, ainda mais pelo telefone, realizando o seguimento de um estudo sobre asma.

Eu gostaria de perguntar do que seu filho morreu e se ela precisava de alguma coisa, mas eu não sabia se o protocolo da pesquisa me permitia fazer tais perguntas.

Fico preso entre o que eu acho que posso fazer como um estudante de medicina pesquisador e o que eu acho que devo fazer como pessoa.

Talvez percebendo minha desorientação ela diz:

- “Tudo bem. Está tudo bem”.

A ligação, então, acabou desajeitadamente. Ela não disse mais nada e eu me pergunto se eu teria encontrado algum tipo de resposta ou outra maneira de agir para ter saído daquele estado de congelamento.

Esta experiência me permitiu reconhecer a dificuldade de enfrentar uma morte inesperada e de articular uma resposta imediata. E me pergunto se esta experiência teria sido diferente se tivesse acontecido pessoalmente e não por telefone.

Embora tenha sido humilhante, esta vivência me mostrou uma lacuna que existe na nossa formação, enquanto estudantes de medicina... E como são frágeis os limites entre os cuidados clínicos e a pesquisa ... quando questões difíceis como a morte ocorrem em participantes da pesquisa ou quando a realidade de oferecer cuidados paliativos está além do projeto de pesquisa.

Os estudantes têm que agir nestes momentos de tensão, sem treinamento prévio em que se apoiar, literalmente improvisando naquela hora e local.

Olhando para trás, eu sempre acho que talvez eu devesse ter seguido meu instinto e perguntado do que a criança tinha morrido e se havia alguma coisa que eu poderia fazer pela mãe. Mas, tendo sido treinado para executar protocolos, enraizados em aspectos legais e éticos, meu foco foi na responsabilidade em cumprir minhas tarefas de pesquisador.

Se eu vivesse esta mesma experiência hoje, gostaria de fazer diferente."

Estratégias para implementar a medicina alternativa no currículo médico

Uma apresentação a ser divulgada pela AMEE (Associação Internacional para a Educação Médica), em 10 de maio de 2010, discutirá os desafios enfrentados para se introduzir novos conteúdos no currículo médico e as estratégias para que este processo seja bem sucedido.

Para temas controversos, como medicina alternativa, complementar e integrativa, as barreiras são ainda maiores.

Dr. Haramati mostrará a experiência de diferentes inciativas em escolas dos EUA para desenvolver o currículo modelo, financiadas pelo Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa.

Alguns destes trabalhos estão resumidos em uma coleção de artigos publicados na Academic Medicine de outubro de 2007.

Estas apresentações estão agendadas pela AMEE e chamam MedEdWorld Webinars. Há muitos outros assuntos relacionados a educação médica. Se quiser acompanhar, o acesso é gratuito; basta se cadastrar na AMEE.

Microsoft destinará verba para Sistema Universidade Aberta do Brasil

O CEO da Microsoft, Steve Ballmer, se reuniu em Brasília na quarta-feira (28/4) com o ministro da Educação, Fernando Haddad.

No encontro, a companhia americana afirmou que vai destinar recursos para o projeto Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), que será ampliado para para países de língua portuguesa no continente africano.

O apoio da Microsoft se dará principalmente na instalação de pólos de educação a distância nessas regiões. Os detalhes da parceria serão discutidos entre representantes da Microsoft e do ministério em reunião marcada para a próxima semana.

O objetivo do UAB é, além de fortalecer relações com os países da África e preservar a língua portuguesa, é capacitar professores e ampliar a oferta de educação a distância para estudantes africanos.

Lançado em 2005 pelo Ministério da Educação, o UAB é um sistema integrado de universidades públicas que dá cursos de nível superior para a população. Embora seja aberto a todo tipo de participação, o foco primeiro do projeto são os professores, seguidos dos diretores de instituições de ensino e trabalhadores do ensino fundamental.