domingo, 6 de junho de 2010

Doentes terminais relatam em blogs seus últimos dias de vida

Nós médicos, e outros profissionais de saúde, sabemos pouco sobre a morte e, quase sempre, não estamos preparados para conversar sobre ela.

Hoje tem uma reportagem na Folha de São Paulo muito interessante, sobre relatos de pacientes terminais em seus blogs, sobre a morte.

A popularidade dos blogs, ou melhor, o espaço democrático que eles representam para a expressão, podem nos mostrar que os pacientes talvez estejam mais preparados para conversar sobre a morte do que nós imaginamos. E, ainda, mais preparados do que nós mesmos...
E que temos que aprender a criar espaço para dialogar sobre isto com eles.

Só se deixarmos espaço para este assunto surgir poderemos saber quem quer ou não conversar sobre o momento da grande despedida. E aprendermos com eles como podemos melhorar nossa abordagem.

Um dos blogs apresentados foi o 65 Red Roses, de Eva, portadora de fibrose cística, que morreu aos 25 anos. Um vídeo divulgado pelo Terra, comenta sobre Eva e sua vida e mostra sua despedida nos momentos finais. A vida de Eva virou documentário e é usada pela Cystic Fibrosis Foundation na divulgação da doença.

São pessoas assim, tão especiais como Eva, que cruzam o nosso caminho cotidianamente... Mas só as enxergamos de verdade, quando temos consciência que a vida delas é tão importante quanto a nossa. A partir daí, cuidar se torna um processo cada vez mais apaixonante...

A reportagem é demais! Vale a pena conferir.

Muitas receitas médicas são desprezadas

O cuidado com as pessoas, vai muito além de receitas médicas.

No entanto, muitas vezes a consulta se resume a poucas palavras, muitos pedidos de exames e... receitas de remédios.

A boa relação médico-paciente é fundamental para melhorar cada passo desta interação e para as pessoas, de fato, se cuidarem.

Não é o médico o dono da saúde do paciente, mas a própria pessoa que procura por cuidado. Cabe-nos compartilhar percepções, entendimentos... e propostas. E a adesão é a chave para o sucesso.

Ontem a Folha de São Paulo publicou uma reportagem a este respeito, tendo como base uma pesquisa feita publicada no British Medical Journal, sobre a adesão às receitas de medicamentos.
Cerca de 72% delas é seguida, sgundo o estudo.

Na reportagem há depoimentos de pessoas que valem a pena ser lidos.

Clique aqui para ler a reportagem completa.

Gostaria de saber sua opinião, seja como paciente ou como médico: O que te faz aderir (ou não) a uma receita médica? Você acha que seus pacientes aderem às suas receitas? Qual é a responsabilidade do médico quanto à adesão ou não do paciente ao tratamento proposto?