Vício em internet deve ser considerado 'distúrbio mental', dizem médicos
Vício, compulsão ou doença mental? Para a publicação norte-americana "American Journal of Psychiatry", a dependência de internet, seja para jogos, e-mails ou conversas em comunicadores instantâneos e salas de bate papo, é doença mental.
Em editorial da edição de março, a publicação defende que o "vício" em internet seja classificado como distúrbio mental e entre para o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais, cuja próxima edição será lançada em 2012.
O editorial aponta o excesso de jogos e a dependência de e-mails e mensagens de texto como principais elementos no comportamento "desequilibrado". Alguns especialistas, porém, afirmam que a pesquisa na área ainda está engatinhando, e que seria cedo para tomar decisões. Segundo eles, ainda não é possível definir quando o uso de computador cruza a fronteira entre o normal e o patológico.
Grupo de risco
Em entrevista ao jornal "Ottawa Citizen", o Dr. Jerald Block afirma que 86% dos dependentes de internet sofrem de outros distúrbios mentais que acabam se sobrepondo ao "vício" on-line. Segundo ele, a maioria dos dependentes perde a noção do tempo e passa a negligenciar necessidades básicas como dormir e comer.
Segundo estudo de psiquiatras britânicos publicado em 2007 no Advances in Psychiatric Treatment, uma minoria entre 5% e 10% da população on-line sofre de compulsão. E, embora os primeiros estudos indicassem que a maioria dos dependentes eram homens introvertidos em com alto nível de instrução, estudos mais recentes mostram que mulheres de meia idade formam o principal grupo de "viciados".
Os pesquisadores comparam a dependência da internet com o comportamento abusivo de álcool e drogas. Os compulsivos usariam esse meio para "fugir da realidade". Enquanto especialistas não entram em consenso sobre as pesquisas, pelo menos o rótulo dessa compulsão já está criado: "heroinware" - conjunção entre "heroína" e "software".
FONTE: G1 tecnologia,19/03/08.
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