quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pacientes "experts" e a relação médico-paciente

Pacientes internautas

Estudo aponta como busca de informações na web vem modificando a relação com os médicos


Os médicos precisam se atualizar para lidar com os pacientes que, cada vez mais, usama internet para se informar sobre doenças.Você já procurou na internet a solução para algum problema de saúde? Se a resposta for “sim”, você pode fazer parte do grupo dos “pacientes experts”, que usam a rede para se informar sobre doenças. Para descobrir como o acesso a tanta informação está influenciando as relações entre médicos e pacientes, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) analisaram diversos artigos estrangeiros que tratam do tema e concluíram que, para os profissionais de medicina, é hora de se atualizar.

O estudo, desenvolvido por Helena Beatriz da Rocha Garbin, Maria Cristina Rodrigues Guilam e André de Faria Pereira Neto, comparou 15 artigos publicados entre 1997 e 2006 nos periódicos britânicos Social Science and Medicine e Sociology of Health & Illness . O período de publicação dos artigos foi definido pelo início da democratização da internet, motivo pelo qual teria surgido esse fenômeno, ainda muito recente e pouco estudado no Brasil. O tema foi encontrado tanto em trabalhos da área de saúde, como de ciências sociais.

Os pesquisadores se depararam com três interpretações bastante distintas do fenômeno dos “pacientes experts”: enquanto alguns artigos defendem que pacientes mais informados valorizam o papel do médico, outros dizem que o livre acesso à informação leva a uma “desprofissionalização” do médico. Já um terceiro ponto de vista sustenta que, mesmo questionando certas posições dos médicos, pacientes mais interessados possibilitariam um diálogo mais profundo sobre os temas.

Para a equipe, o novo panorama exige que os profissionais da saúde se mantenham atualizados, elaborando pesquisas e conhecendo melhor esse universo em que se insere o paciente. “Tradicionalmente existe uma relação patriarcal entre médicos e pacientes. É preciso compreender que esse poder está se equilibrando: os profissionais devem trabalhar com o paciente, em vez de para ele”, afirma a médica Helena Garbin, coautora do estudo, publicado no periódico Interface – Comunicação, Saúde, Educação .

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Notícia de Barbara Marcolini, publicada em 17/03/2009
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