domingo, 19 de junho de 2011

Sensacionalismo Fantástico


Desde a semana passada, pensei seriamente em voltar por aqui para comentar sobre esta reportagem.

O Fantástico fez uma reportagem que me pareceu um tanto sensacionalista, romanceando o fato de brasileiros irem fazer faculdade em países vizinhos.
Na verdade, a maioria vai só porque é mais fácil de passar... e depois, independente da qualidade de sua formação, querem atender as pessoas por aqui.
Quem paga o preço?

Já tive o prazer de ser preceptora de médicas de países vizinhos que são de ótima qualidade e que vieram para o Brasil em busca de aperfeiçoamento de sua formação.
Mas, só esta atitude já mostra que são diferenciadas.

Precisamos de ensino de qualidade e a luta é grande aqui dentro...

Me preocupa este aparente "incentivo" da Globo. Mas, cada um tem o direito de ter sua opinião.

Quer saber mais e comentar? Segue um trecho... O título é link para a página de origem, onde tem o vídeo da reportagem.

Médicos formados fora do Brasil não conseguem trabalhar

Jovens brasileiros estudam medicina em universidades de países vizinhos, onde a mensalidade é mais barata, mas, na volta ao Brasil, não conseguem registro para trabalhar.

São as histórias de milhares de estudantes brasileiros que buscam em faculdades de países vizinhos a realização de um sonho: virar médico. Eles sofrem com a distância das famílias, com a falta de dinheiro e de conforto. Quando voltam ao Brasil, formados, ainda têm que enfrentar mais um drama. A reportagem é de Eduardo Faustini.

Na classe de uma faculdade de medicina na Bolívia em dia de prova, apenas um aluno era boliviano. Todos os outros eram brasileiros.

Teste de postagem

Depois de um tempo sem entrar por aqui, parece que deu zebra no meu blog. :-/
Esta postagem é apenas um teste e um aviso de que estou voltando...
Aqui é um espaço para trocas bem interessantes, mas andei deixando de lado.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Academias investem em espaços para crianças

Procurando seu email no Google, achei uma reportagem antiga mas ainda atual com comentários do Dr Renato Farme D'Amoed, médico pediatra, pneumologista pediátrico e um querido amigo. Com orgulho, meu "ex-staff" da época de residência.
Estou postando porque, apesar de ser de 2002, ainda é super atual!


"Duas vezes por semana, a pequena Juliana Moreira de Souza, 8 anos, sai da escola e vai para a academia Ibeas Top Club, em Botafogo, ter aula com sua personal trainer. Personal trainer? Pois é, essa é uma entre as várias atividades que as academias do Rio estão implantando para atender uma nova clientela. As crianças já representam 25% das matrículas nos espaços de malhação da cidade. "Hoje, queremos satisfazer do pequeno até o idoso. As famílias estão procurando um lugar seguro para ficar juntas", diz André Ibeas, dono da academia. Há três anos no Ibeas, Juliana foi a primeira dos quatro alunos da personal infantil Ana Laura Boa Ventura. "As crianças chegam aqui por recomendação médica, com problemas de postura, causados pelo excesso de peso nas mochilas, ou de colesterol alto, devido à má alimentação", conta Ana Laura. Nas aulas, os alunos fazem movimentos de dança, alongamento, exercícios na cama elástica, com bolas e com cordas. "Eu monto as atividades de maneira lúdica para que eles se mantenham interessados nos exercícios, que são sempre específicos para suas necessidades", diz a professora.

Criar atividades apropriadas para seus pequenos alunos foi uma das preocupações da empresária Viviane Kurtenbach quando abriu a Velox, em Botafogo, há seis meses. O muro de escalada, com 14 metros de altura, é uma das atividades mais concorridas. "As crianças já não sobem em árvores. Escalar o paredão é um desafio para elas, e os pais sabem que é seguro", afirma a empresária. Além de desenvolverem opções adequadas para os pequenos, as academias estão providenciando adaptações em sua estrutura. Na Estação do Corpo, na Barra, foi construído um vestiário especial, o Kidsroom, com 60 metros quadrados. Ali, chuveiros, pias e vasos são proporcionais ao tamanho dos usuários. Tantas vantagens fazem com que os pais fiquem divididos entre o clube e a academia na hora de matricular os filhos. "Hoje somos como clubes bem administrados. Por sermos uma empresa, conseguimos tomar decisões mais rápidas, comprar os melhores equipamentos e trazer as novidades em exercícios", relata a empresária Soraia Bueri, sócia da academia Rio Sport Center, na Barra.

Para inscrever a criança em uma academia de ginástica, contudo, é necessário tomar alguns cuidados. De acordo com o pediatra Renato Farme de Amoedo, os pais precisam fazer a escolha com rigor. É fundamental verificar, por exemplo, se os professores estão capacitados para o trabalho. Também é importante checar detalhes, como as condições de higiene de piscinas e vestiários. "Mas, antes de tudo, deve-se consultar o pediatra para que ele diga se a criança está apta para a atividade que quer praticar, ou para indicar o que é mais adequado", explica o médico."

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

USP demite professor por plágio em pesquisa

A reitoria da USP decidiu demitir um professor de dedicação exclusiva, com mais de 15 anos de carreira, após entender que ele liderou pesquisa que plagiou trabalhos de outros pesquisadores. A informação é de reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição da Folha deste domingo.

A exoneração por plágio é a primeira na instituição em mais de 15 anos. O imbróglio envolveu também a ex-reitora Suely Vilela, coautora da pesquisa questionada. Ela não sofreu punição --a avaliação é que não teve relação com os trechos plagiados.

O docente Andreimar Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, foi demitido por ser o principal autor da pesquisa, que copiou imagens de trabalhos de 2003 e 2006, sem creditá-las aos autores, da UFRJ (Federal do Rio).

Outra pesquisadora teve o título de doutorado cassado. Era responsável pelas partes contestadas. Tanto o docente quanto a pesquisadora podem recorrer internamente e judicialmente das decisões.

Veja a notícia completa, publicada no site da Folha, em 20 de fevereiro de 2011.


domingo, 9 de janeiro de 2011

Homens, médicos e endividados são os mais perigosos no trânsito


É curiosa esta reportagem da Folha de São Paulo de hoje.

Em primeiro lugar no risco de acidentes estão os estudantes... os médicos estão em segundo lugar.

E mulher ao lado do homem (motorista) no carro é fator de proteção.

Hahaha. Eu acho que depende da mulher.

Mas são coisas da estatística...


Ciência do trânsito aponta perfil de quem bate o carro

Segundo análise estatística de milhões de acidentes, homens, médicos e endividados são os mais perigosos

Presença de mulher no banco de passageiros faz homens, como que por mágica, passarem a colidir menos o carro


RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Os americanos estão recrutando alguns dos seus melhores estatísticos para saber quem é o sujeito que bate o próprio carro.
Se você está devendo dinheiro e é médico, esses especialistas em ciência do trânsito já olharão feio.
Se, além disso, você for um homem que costuma andar sozinho em carros grandes e alugados, meu amigo, os estatístico pedem desculpa, mas precisam dizer: você não tem carteira de motorista, você tem porte de arma.
Esse perfil é resultado da análise de milhões de casos em bancos de dados sobre acidentes de carro -americanos amam tanto estatísticas quanto carros, então era mesmo de se esperar que tivessem muito material disponível sobre o assunto.

VAI DEVAGAR, AMOR!

O preço dos seguros não mente: homens realmente se envolvem em mais acidentes do que mulheres. "Homens parecem particularmente perturbados por dois poderosos compostos: álcool e testosterona", diz o escritor americano Tom Vanderbilt, autor do livro "Por que dirigimos assim?" (Ed. Campus), sobre a ciência do trânsito.

Homens são mais agressivos no trânsito, correm mais. Por isso, um homem tem mais do que o dobro de chance de morrer dirigindo do que uma mulher, ainda que elas se envolvam mais em colisões não fatais -pequenas barbeiragens, digamos.

Os estatísticos descobriram, porém, que um homem dirigindo sozinho tem uma chance maior de se acidentar do que com uma mulher no banco de passageiros.

Ninguém sabe direito o motivo. Uma hipótese é que ele seja mais cuidadoso porque quer protegê-la. A outra, talvez mais provável, é que a mulher incomoda tanto o sujeito com gritos de "cuidado!" que ele se rende -ou para o carro e manda ela descer, em um cenário mais raro.

Esse fenômeno é tão sério que o Exército israelense resolveu treinar soldados do sexo feminino para atuar, nas palavras deles, como "tranquilizadoras" dos soldados homens em deslocamento e evitar mortes -não se sabe se eles ficaram exatamente "tranquilizados", mas o número de mortes caiu.

No que se refere a profissões, médicos, sejam homens ou mulheres, estão no topo do ranking das ocupações que mais se envolvem em acidentes feito por uma seguradora da Califórnia.
Eles só perdem para estudantes -aí mais pela idade. Jovens têm menos experiência e são mais irresponsáveis.

A explicação é que médicos, além de terem uma profissão estressante, com frequência dirigem com certa urgência entre um hospital e outro, talvez ao celular.

Ninguém soube explicar a altíssima quantidade de arquitetos envolvidos em acidentes, em quarto lugar. Depois de muito refletir, os pesquisadores só conseguiram levantar uma hipótese: vai ver eles se distraem olhando prédios e acabam batendo.

Corretores de imóveis talvez batam muito por motivo similar -e eles estão o dia inteiro se deslocando pela cidade, uma hora acontece.

No outro extremo, fazendeiros (que dirigem bastante em lugares sem movimento) raramente batem o carro.

Independentemente da profissão, gente endividada se envolve mais em colisões. "Você não apostaria na possibilidade de motoristas arrojados serem pessoas avessas ao risco que anseiam por rotina e tranquilidade na sua vida normal, não? É um mantra antigo: um homem dirige como vive", diz Vanderbilt.

As pessoas também batem mais carros alugados -elas são, óbvio, mais cuidadosas se o patrimônio for seu. Carros maiores batem mais do que pequenos, pois a sensação de segurança inspira menos responsabilidade.

Números assim fizeram o economista da Universidade de Chicago Sam Peltzman tentar explicar por que avanços de segurança (notoriamente a adoção dos cintos) não se transformaram em menos mortes no trânsito: as pessoas passaram a dirigir mais perigosamente.

"O aumento na segurança nos carros foi "compensado" pelo aumento no índice de mortalidade de pedestres, ciclistas e motociclistas. Economistas têm uma velha piada: o instrumento mais eficaz de segurança nos carros seria um punhal instalado no volante e apontado para o motorista", diz Vanderbilt.

Médicos Reprovados - Bom para discussão


Tive acesso ao texto abaixo através de um email que recebi de um amigo.


O texto e as opiniões são do "Estadão", mas acho que ele provoca reflexões e abre espaço para discussões muito interessantes.

Imagino que qualquer professor de medicina ou de saúde do Brasil se preocupe com isto, em especial porque temos muitos brasileiros fazendo vestilbular em países vizinhos porque o acesso é mais fácil.

Por outro lado, já trabalhei com pós-graduandos, "residentes em regime especial para estrangeiros", na pediatria da UERJ que eram de ótima qualidade pessoal e técnica.

Compartilho, então, duas questões para discussão:

1o) Como será esta avaliação. Aprovação só de 2 em um grupo tão grande pode ser problema deles e/ou da forma de avaliação, não é?

2o) Se fizéssemos um grupo controle com médicos brasileiros, em especial com nossos recém-formados, como seria o nosso desempenho? Se fosse diferente, acho que estaríamos mais embasados quanto às supostas "evidências" levantadas.


MÉDICOS REPROVADOS

FONTE: O Estado de S.Paulo, em 3 de janeiro de 2011

Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.

As escolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileiros que as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais e confessionais do País. As faculdades cubanas - a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.

Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitar o reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País. As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram na Elam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil e regularizar sua situação profissional.

Por isso, o PT, o PC do B e o MST optaram por defender o reconhecimento automático do diploma, sem precisar passar por exames de habilitação profissional - o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.

Em resposta, o PT, o PC do B e o MST recorreram a argumentos ideológicos, alegando que o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltada mais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para a medicina curativa. No marketing político cubano, os médicos "curativos" teriam interesse apenas em atender a população dos grandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas "classes populares".

Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo a equivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota. No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, o ex-presidente Lula pediu uma "solução" para o caso para os Ministérios da Educação e da Saúde. E, em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, e aplicada por todas as universidades.

Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo - mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias - pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de "promover ajustes". As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduzir o rigor dos exames de proficiência e habilitação. Custa crer que setores do MEC continuem insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Feliz 2011!

Estava viajando, sem conexão, por isto estou atrasada com postagens.

Mas ainda há tempo para eu deixar a todos os meus votos de um 2011 maravilhoso.

E, para isto, escolhi este texto (no vídeo), de Carlos Drummond de Andrade.

Que seja um ano bom para todos nós.